sexta-feira, 20 de março de 2009

Gentil?

No estupro gentil da poesia
A colocar em meu corpo
Imagens de um agora.
Vejo-me nas malhas das letras
Despida de mim mesma,
Localizada ano erotismo literário
De um orgasmo criativo,
Onde ser e está
Conjugam em mim o verbo.
Nua diante do verbo,
Sinto um estupro gentil
Plenizado por palavras,
Rasgando minha carne de mulher
Como um membro quente e viril...
Massageando o que em mim
É bem mais que vida... sendo carne,
Tremendo em um orgasmo pleno
Em fortes convulsões,
Sangra meu corpo de poeta e mulher
Instante efêmero de um escrever.
Palavras, gritos e versos,
Gemidos de dor e prazer.
Enfim, o orgasmo...
E qual um bom amante,
As palavras acariciam meus olhos,
Fazendo-me sentir realizada,
Ainda preciso daquelas palavras cúmplices
Geradoras de um orgasmo único e sem explicação...
É assim a estupro gentil da poesia em mim...

Nenhum comentário:

Postar um comentário