O deserto da madrugada me chama.
Pede-me versos e eu estou sem tino.
Posso escrever os versos dos loucos
Neles eu não terei medida.
Estarei retida no fogo das ilusões,
Prisioneira das lembranças que não tenho
Massacrada pela saudade do seu olhar.
Nos meus dedos sinto passar o estranho,
O estranho e claro gosto do bem querer velado.
Neste silêncio que esconde a beleza
Os versos desatinados arrastam-me até suas mãos.
Nestas mãos, vejo poesia,
Na poesia vejo você escondendo algo.
Sou arrastada pelo seu enigma
Tatuando em minha alma espaços
Nestes, sinto você em mim e fugindo de nós dois.
Somos apenas magia e sentimento um no outro.
Não há poesia agora.
Existe apenas nossa prisão trancada pela chave de diamantes.
Eis a loucura do indecifrável e inviolável segredo
Que une poesia, versos e dois seres enigmáticos.
A um sentimento que ama a si mesmo.
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