sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

VERSO INVERSO

Preciso, busco, um motivo expresso
Linhas estranhas e espinhosas, que será do verso?
Ou será inverso?
Preciso desenhar uma vida...
Mas, como posso? Se mal sei do verso-inverso que tento ...
Sem direção, eu me dissolvo no eu de mim
Quero localizar o verso inverso.
Aquele me vira do avesso e me deixa sem saber
O porquê de um motivo expresso nessas linhas tortas o querer escrever.
Sem linhas nem retas ou tortas,
O verso e o inverso do verso, pulsam...
Meu sistema circulatório é emoção.
Sinto o inverso sem verso de uma metáfora louca
Trata-se apenas de uma noite
Bordada de raios e tempestade.

Cris Porto e Ingrid Porto – 10 de dezembro de 2010.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Tensão

Tenso, tensão vida...
Alguns querem
Desequilíbrio, tensão
E eu aqui, rindo
Da vontade dos tolos
Corretos, presunçosos.
Sou uma romântica cínica!
Vivo nas entrelinhas de mim!

Cris Porto

Quereres...

Quero uma palavra inteira para mostrar a divisão do meu eu.
Fora do perfeito, percebo que me contento com o imperfeito.
E quem disse que eu quero o perfeito, quem disse que eu quero o correto?
Contento-me então, com a minha vidinha de merda, com meu amor cheio de defeitos,
O meu amor e sua felicidade batem na minha voz de vez enquando
E, assim, sempre eu abro, trago momentos enlouquecedores,
Inconsequentes.

(Cris Porto e Lara Porto)

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Sem tantas coisas...

Sem vinho,
Sem você...
O que resta?
Noite, sol, lua
Você aqui denuanciando meu espaço.
Assim, fico aqui contando um tempo
Sem tempo, mas em mim solitária de mim.
Cris Porto
"Vamos tentar dominar o mundo após o sol desaparecer no horizonte"
(Cris Porto e Ingrid Porto).

sábado, 20 de novembro de 2010

sábado, 23 de outubro de 2010

Busca

Em uma visitação dinâmica
Perdi de mim, meu eu.
Em uma busca sem sentido, reze!
Afinal, por que ainda escrevo?

Cris Porto

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

{...}

Sem tom, sem voz...
Eu, você, nem dois.
Estou sem ar, fogo, luz, sigo...
Por onde anda homem?
A saudade insiste
Obrigada sou a dar o lugar dela em mim.
Nada mais signico que sou sua ausência
A ausência contínua em mim.

Cris Porto

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Desse modo

Tão só
Tão eu
Tão você,
Tão nós
Eu tremendo do frio existencial
Assumo mais você em mim
É o que de mim resta até agora
Para você e mais nada

Cris Porto

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Por vezes...

Por vezes saudades,
Por vezes ausência...
No meio falta de você,
No intermeio a metáfora da completude
No agora angústia da falta, da saudade e da vontade de ter
No depois, não sei...
Por ora, quero me encontrar e completar em você.

Cris Porto

sábado, 31 de julho de 2010

Versos

Faz algum tempo,
Tempo algum...
Os versos estão mais firmes
Mais lentos, mais nossos.
Há um novo espaço
Aquele espaço entre a luz
Entre a tela e a vida
Eis o atemporal de nós
No encontro verdadeiro entre
O não tempo e o não espaço...
Nada além, amizade, verdade, cumplicidade.
Amigas e amigas.

Cris Porto

Viagem à terra escura

Uma terra sem margens,
Sem tempo, sem espaço, um viajante de si mesmo,
Uma procura íntima que nem se sabe viagem.
Processo de vida similar a uma fuga.
Seria mesmo uma viagem ou uma fuga?
Fuga de sonhos, crenças, desejos e vontades.
Uma fuga que disfarça medos e decepções.
Que espécie de momento é este tão expressionista e intenso?
Nem mesmo o poema dá conta.
Ele declina de si mesmo e entrega-se a viagem
Numa terra sem limites e cheias de contrastes.
O poema se vai, mas deixa-lhe a poesia.
Esta se encontra no fragmento inexato
Do brilho do olhar do poeta.
Consegue vê-lo ou senti-lo?

Cris Porto

Tempo

Há tanto espaço
Não lhe vejo.
Há tantos olhares e nada se mostra,
Não consigo fugir de mim.
Abaixo ou acima do mundo
Sou uma metáfora,
Você retira meus véus.
Sinto-me entre seus dedos,
Sou silenciada, sufocada,
Debato-me entre conjecturas.
Resta-me apenas o abstrado
De um sentir apesar de e por si.

Cris Porto.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Apenas Fios ...

Um tempo designado por nós
Imagem de um agora...
Sem medidas, sem cronômetro.
Uma tapeçaria a tecer-se,
Fios que se entrelaçam, formas, cores...
O tempo, os fios, as formas, as cores
Momento já tecido, criando um novo instante
Instante não definido, subliminar em mim
Observação, engano, calidoscópio.
O que acontece e o que está a fazer-se?
Sinto-me em alerta, a energia centra-se e dissolve-se...
Ousadia e medo miram e refutam-se...
Nebulosidade... Você efêmero e constante
E eu aqui envolta em brumas
Não consigo tecer com segurança
A mensagem de olhos que não se revelam.

Cris Porto

Você

Hoje lhe sinto mais perto,
Hoje lhe sinto mais longe,
Amanhã queria você mais que hoje,
Hoje apenas existo e sinto...
Vento, vida, você...
Saudades do homem que tanto quero.

Cris Porto

quarta-feira, 14 de julho de 2010

O indelével

No limiar do sono você.
Em meu sonho mais ousado, seu corpo.
Na linha, nas curvas das palavras
Seu sentir de homem.
Seus olhos como dardos de desejo
Perfuram minha carne e cravam-se na minha ânima.
Entre os suspiros, o seu que me provoca.
Estou a sombra de um homem
Responsável por meu sangue correr como larva
E meus sucos explodirem como vulcão.
Não posso delir você de mim.
O que você deseja? "dormir a sombra deste vulcão?
Ou deixar-me cega e mais vulnerável ao seu animus?
Estou presa em suas garras e o meu vulcão é pura ebulição.
E mesmo, o que você deseja homem das Brumas?

Cris Porto

Sonhei que acordava

As coisas não são o que são
o meio do dia não é a meio
das horas diurnas
os espelhos não contêm reflexos
e se a tua cara de espanto se apagou
é na minha morte que me isolo para te enfrentar
fugindo para baixo
para esse lugar de adultos onde não há formas
nem oliveiras, vinho, livros ou aviões
nem todas as flores que prometeram plantar no paraíso
este lugar prevalece formado do intangível.

Cris Porto

sábado, 10 de julho de 2010

Destecer

Destecer o instante,
Fugir, sonhar, perder.
Ondas banhadas,
Águas impuras
Agonia pasma,
Hibridez solene...
O espaço desaparece
Nas linhas desnudas.
O verbo nu sente medo.
Em labirinto tudo se encontra,
Ainda quero destecer,
O tecido oblíquo do verbo.

Cris Porto

Ausência

Estou em um anseio,
Sonho com teus passos...
Tuas mãos moldando meu corpo,
Agonizo de desejo.
Rompendo meu ser de mulher,
Teu eu estampa em mim
Um desejo febril,
De forma amarga e dolorosa
Em uma dor aguda.
Onde minha carne chora
Desfigurando-se em laivos,
Suplicando um êxtase
Com gosto da mais pura ausência.

Cris Porto

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Versos

Versos imperfeitos, incompletos...
Vento frio entre as linhas do texto.
Pingos de chuva entre as palavras
Entre as letras, sentimento.
Sentir, sonhar, desejar
Quero o poema
Aquele que me resumiria em você
Com versos tortos e imperfeitos...
Escreva-me em seus versos!

Cris Porto

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Entre desejos

Um tempo louco
Como um livro sem fim
Seria o livro de areia de Borges?
Ou mesmo seu labirinto?
Um labirinto ramificado de desejos intensos,
Circulando na rede erótica de nós dois
Escravos de si?
Prisioneiros da distância física?
Homem e mulher,
Espaço rizomático,
Tempo sem bordas...
Ah, somos apenas
Desejos pungentes
Nas vísceras de dois
Dois, que se fizeram e querem se fazer UM.

Cris Porto

sábado, 19 de junho de 2010

Viagem à terra escura

Uma terra sem margens,
Sem tempo, sem espaço, um viajante de si mesmo,
Uma procura íntima que nem se sabe viagem.
Processo de vida similar a uma fuga.
Seria mesmo uma viagem ou uma fuga?
Fuga de sonhos, crenças, desejos e vontades.
Uma fuga que disfarça medos e decepções.
Que espécie de momento é este tão expressionista e intenso?
Nem mesmo o poema dá conta.
Ele declina de si mesmo e entrega-se a viagem
Numa terra sem limites e cheias de contrastes.
O poema se vai, mas deixa-lhe a poesia.
Esta se encontra no fragmento inexato
Do brilho do olhar do poeta.
Consegue vê-lo ou senti-lo?

Cris Porto

Dias...

Dias bonitos, ansiosos, lindos...
Frios, mornos, vivos
Aqui entre o vento e vida
Tudo se dissolve
Você fica,
Eu fujo de mim
Encontro-me ali
Naquele espaço sem conta
Acima do vento e do tempo...
Estou feliz...

Cris Porto

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Frio...

Dia frio, cinzento
Sobre a mesa livros, copos, lembranças...
Na alma a embreguez da vida
A ressaca do sonho.
Nos olhos o oblíquo sinal...
Saudade, falta, você.
A estampa desbotada do meu humor
Revela-se no viés opaco do meu sorriso
Dia cinzento, inexato momento
Instante, átimo, ausência, presença
Uma saudade do vinho de ontem
Que bebi na alma de quem amo.

Cris Porto

Assim... depois...

Sinto a alma sair
Procuro você
Me perco em você
Circulo dentro de seu eu
Não vejo, não toco, sinto...
Sinto a intensidade dos seus olhos
Não escuto sua voz...
Sinto você além de mim
Saio de si, volto para mim
Minha alma não volta
Perdida se encontra
No silêncio barulhento
Dos meus suspiros
Na sua alma, no seu corpo...
No meu sonho por você.

Cris Porto

Dominar o tempo

O tempo está acordado
Dorme nunca?
A hegemonia de Cronos quebra-se...
Acorde em si
Domine o tempo...
Deixe-me um pouco em seu tempo...

Cris Porto

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Flanando

Ainda me encontro olhando de cima
Encantada de mim, sentindo você...
A noite passa,
O vento sopra
O momento prevalece tutuado em mim
No meu corpo a metáfora do seu dentro do meu
E eu aqui flanando em nós dois
Nunca passará
E o tempo nos alimentará de nós...
Do desejo, da cumplicidade
Dos reflexos que somos um no outro.
Sou sua meu vento, meu tempo...

Cris Porto

segunda-feira, 31 de maio de 2010

[...]

Perdida no tempo...
Ansiosa com tudo,
Estranha de mim...
Lágrimas estranhas
Entrego-me ao vento
Não vejo nada além do nada...
Cris Porto

sábado, 29 de maio de 2010

Hoje, agora...

Nada toca, tudo escuto...
Sábado com dia morno,
Eu sem inspiração
Você tácito
E eu pensando...
Quero apenas viver
Viver um pouco em você
Para me ver além do comum das coisas.
Talvez eu exista no agora de alguém.

Cris Porto

terça-feira, 18 de maio de 2010

Átmo

"Os meus passos são invisíveis ou indeléveis, trilhando nas minhas vísceras a fêmea que arde em mim" (Cris Porto).

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Há tanto sentimento estranho

A presença reclama
Uma ausência presente
Uma ausência que sempre existiu
Não sei por que é uma ausência...
Talvez minha resignação
Permita passar a ausência
E, assim...
Mate sua presença em mim.

Cris Porto

Impressões

Há tanto sentimento estranho
Queria fugir!
Fugir novamente
Seguir sem medo
Não sucumbir por medo
Desistir apenas...
Sonhar que se foi
Não mais existir!

Cris Porto

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Eu agora

Entre o tecer e o ser
Encontro-me no espaço entre os dois.
Vejo tudo e apenas sinto..
Mudo a cada dia, renovo-me!
Sou inteira, mosaíca e rizomática..
Ah, estou no mundo e nele está meu mundo
Vivo, teço e sou...
Um dia existirei...

Cris Porto

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Dias e Dias

Dias novos, estranhos, belos.
É noite, pensamentos gestados.
Uma escala se estabelece e vejo um olhar.
Um olhar que me vê por dentro,
Uma forma de perscrutar-me sem contornos.
É noite, em mim você e o riso,
No tempo um sentimento inexplicável.
Neste momento, eu em mim,
Na brevidade o instante de nós dois
Escravos dos limites,
Prisioneiros tácitos de um agora.
Cumplicidade, medo, véus...
Instante, momento, olhares, risos.
Dois sem um, eu e você órfãos de si.
Miragem, sentimento, espaço.
Nada além de um olhar que se esconde
Do espelho ocular daquela que lhe olha.
Por que se esconde do olhar onde reflete teu desiderato pensar?

Cris Porto

terça-feira, 4 de maio de 2010

Agora

Sem ideia,
Sem tino,
Onde estou além da destorrialização?
Não sei, só sei que estou aqui e não sei onde é.

Cris

Boa noite...

Dias estranhos onde não vejo muito,
Dias simples onde não lhe encontro,
Dias de outono onde o mar faz-se cinza,
Dias que o tempo devora a si mesmo
E as notícias chegam fragéis.
Noite morna, onde eu quis apenas lhe dizer
Boa noite, fique bem, durma e acorde sorrindo.
Santimento...

sábado, 1 de maio de 2010

Sábado

Preciso de uma palavra, perdi!
Desejo um verso não tenho,
Estou em casa, feliz, solitária, eu..
Costurando a palavra que perdi,
Bordando o verso que não tenho...
Onde estará minha alma que flutua sem margens?
Ora você me deixou navegando no mar bravo
Lua linda, minha mãe...
E esse sentir estranho e proibido de dizer-se.

Cris Porto

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Intulidade do dizer

Queria dizer muito,
Não sei dizer nada.
Desejei explicar, resolvi sentir.
No "redemoinho" de tudo, você...
Diferente, bonito, inquieto, professor, provocador...
Seremos dois duas culturas?
Ou nada seremos porque nunca existimos?
Textos, desejos, páginas em branco, impressas...
E eu olhando você e desejando...
Fiquei ausente do retrato...
Senti em mim seu encanto.

Cris Porto

Números?

Não tenho números,
Não adoto registros...
Não estou nem no primeiro e nem no último lugar.
Sou algébrica,
Nasci das palavras
Sou MULHER!
Como metáfora sou nebulosa,
Posso desfazer-me, se acuada
Dissolver-me no ar
Torna-me espírito liquido
Evaporar-me, voltar como chuva, mar, rio...
Entranhar-me em você...
Dar gozo, prazer...
Sou isso!

Cris Porto

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Tempo?

Houve um tempo que o tempo existia.
Em outro tempo, o tempo se devorou...
Quando havia o tempo, ele escrevia, falava, reclamava.
No sem tempo de agora, navega-se...
Os rumos são outros
Os rumos antigos ficaram tácitos, invisíveis de si mesmo
Verdade? Impressão, dúvida, percepção ou apenas falta?
Não sei... O que sei é o tempo vai devorando tudo
E eu fico aqui, esperando um tempo que um dia fiz esperar.