sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Nós...

Por vezes o tempo,
Por ora a vida.
Em tudo um momento
Em mim questionamentos...
Em você um homem quase étereo.
Alguém que flutua em si
Concretiza-se em mim.
Revela-se amante
É sutil quando seduz,
Ardente quando possui
Louco quando explode em mim
Eis o seu vigor...
Homem sutil, ardente, inteligente e inteiro.
Será você meu modo aciclíco de sentir?
Na verdade, sou apenas eu em você...
Que os fios sejam cintilantes.

Cris Porto

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

O verso

O verso veio em mim,
Tatuou sentimento e ficou
Senti que este verso tremia
Tremeu de medo,
Tremeu se sentimento,
Tremeu de impotência.
Quase desfalece de saudade...
Sentiu o impacto...O verso sofreu...
Foi para o casulo...
Soluçou e inscreveu em sim re-significações.
Saiu do casulo...
Busca está no mundo em um novo corpo,
Refaz-se, redimensiona-se e observa...
Ainda que diferente, o verso viveVivo ele é importante demais
Para esse aprendiz de poeta...
Meu verso, não me abandone
Preciso de você para viver escrever.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Noite de lua crescente...

O que será que se passa de maneira tão intensa comigo?
A mudança é um desafio, estou nas entrelinhas de mim
Uso o espaço das entrelinhas no mínimo do desejado...
Será que no meio dessa coisa daria para eu desfrutar de você inteiro?
Realizar no meu corpo e na alma o bem que você me propicia?
Ah, quantas indagações...
O poema se faz, se re-significa e se dobra aos desejos intensos meu.
Como lidar com esse manancial de informações que se quer emoção?
Não as respostas e sim aos questionamentos... Você responde?
Não sei... sou apenas uma metáfora em movimento disforme e intenso
Uma coisa nebulosa que deseja você para intensificar o meu íntimo e o seu.
Espaços e vazios na intensidade do meu sentir e mais nada!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Mapeamento

Em frente ao suposto espelho tento te ver.
Um sonho frágil
Pensamento fixo na vidaFrio de mim mesma
Fragilidade de um tempoClaro escuro!
Sonhos, noite...
Espaço e tempo
Instante que agoniza
Formas e multiformas...Sinto-me nua
Presa ao espaço
Desfocado de mim mesma.
Sou apenas suspiro
E ausência, mas lhe quero em mim
Na minha ausência da sua presença.
Cris Porto.
Embora o vazio me atinja com um peso insuportável de mil estrelas
Sinto-me leve por saber que o vazio é imperfeito pois, se perfeito fosse, não teria nome - o próprio nome já é um ente que o preenche!
Assim, se quebro esse dogma de perfeição, posso "esperançar" que conseguirei me livrar do peso das estrelas e, outrora, recomeçar aqui, ali, alhures.
Posso acreditar então que o vazio não existe e afirmar que meu sentimento é abstrato.
Posso criar um mundo sem vazios e com os méritos que desejar.
Assim sendo, a lascívia virtual me deixa o cérebro intumescido, é criada como real!
Sinto-me leve...
Cris Porto

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

"Não tennho verbo e nem imagem, apenas sei que amo e amar não me basta... Acho pouco que posso fazer para me mosrar inteira a vocês?!" (Cris Porto).
"Quando acreditamos e o silêncio impera, prevalece a redução dos espaços que cedemos a nós mesmos." (Cris Porto).

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Esses dias...

Entre uma palavra e outra
Tempo, distância, frequência...
Nas dobras de um sentir que se sente
Apenas uma leitura pungente
Momento que se refaz e se constrói...
Instante que foge de mim
Fico aqui tentando ver além...
Além de mim, das nuvens e do mar...

domingo, 11 de outubro de 2009

Reencontro

Reencontrei com uma imagem quase apagada... A imagem sem cor e a cor se entrelaçam e vão pintando um quadro onde as cores ressaltam um momento que se quer nascer.
Cris Porto

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Hoje e assim...

”Escrevo sem linhas em um espaço curvo, observando as metáforas tíbias.” (Cris Porto)

"A distância de quem amo me congela, meus filhos, meus faróis" (Cris Porto)"

domingo, 19 de julho de 2009

...

Enquanto pensamos que o tempo dorme, eu estou acordada na urdidura silenciosa de um tempo que se diz agora.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Mais uma viagem...

Viagem na terra escura, uma terra sem margens,

Sem tempo, sem espaço, um viajante de si mesmo,

Uma procura íntima que nem se sabe viagem.

Processo de vida similar a uma fuga.

Seria mesmo uma viagem ou uma fuga?

Fuga de sonhos, crenças, desejos e vontades.

Uma fuga que disfarça medos e decepções.

Que espécie de momento é este tão expressionista e intenso?

Nem mesmo o poema dá conta.

Ele declina de si mesmo e entrega-se a viagem

Numa terra sem limites e cheias de contrastes.

O poema se vai, mas deixa-lhe a poesia.

Esta se encontra no fragmento inexato

Do brilho do olhar do poeta.

Consegue vê-lo ou senti-lo?

segunda-feira, 6 de abril de 2009

DESJEJUM DE AMOR


Esta manhã acordou com uma sensação estranha. Imagens sem nexo a me atormentar, complexos fatos que não compreendo. Um desjejum repleto de interrogações, fragmentos de dúvidas no creme dental. Penso no que pode estar acontecendo, no que me ocorreu noutros dias. De onde terão surgido tamanhas divagações. E este medo tão carnal a adentrar uma intimidade tão cotidiana que me leva a construir o obscuro e a destruir minha certeza, mesmo que esta nunca tenha existido.

Lamento percorrer áreas de mim mesmo pisando em contradições tão evasivas. Paro o que faço, penso, continuo e me disfarço. Consenso? Não! Eu não consigo mais me encarar diante do espelho. As visões por trás da máscara percorrem o abismo entre o Eu, e o Eu aparente... Este ser inconseqüente, às vezes tão demente, outras tantas... apenas o Ser a percorrer meandros de está simplesmente, revisitando o velho estado de viver, a nova vontade de morrer e o ódio que há até mesmo no bem-querer. Meu sentimento está perdendo o próprio sentido. Mergulho num estado imerso em um perigo, comigo, contigo.

Não consigo viver só, afundo-me num estado de ansiedade, que me leva a deixar de ser eu, pensar apenas em você de verdade e a me imaginar como uma mentira. Na verdade, querer o outro é renascer a cada dia é ver o sentimento florescer e crescer apesar dos percalços, das reviravoltas, reencontrar o rumo dentro de tantas áreas obscuras. Uma luz no fim do túnel na contramão da minha vida, da história, um veículo crescente em direção da existência, que agora apenas significa te encontrar para então, se possível, viver a cumplicidade plena e intensamente deste amor...

domingo, 5 de abril de 2009

Inexplicável [...]

Não explique o poema,
Deixe-o sem explicação.
Ah, não aprisione a verve com descrições.
Deixe a poesia livre!
Acredite na liberdade do escrever.
Libere o verbo do racionalismo cartesiano,
Do politicamente correto.
Desacorrente o verso,
Olhe-o, sinta-o, não o explicite!
Lapide a metáfora proibida,
Deixe as imagens expressionistas soltas.
Retenha-me no seu olhar e veja a poesia
Ela está latente e viva, morrendo a cada dia,
Na explicação do inexplicável
Deste invisível instante
Cheio de escudos e desvios.
Não explique o poema
Sinta-o, viva-o....
Emocione-se e viva a poesia sem linhas retas...
Apenas pelo prazer de saboreá-la nos olhos
Daquela que oferece-lhe no olhar.
Poesia, sabor, o que mais?
Viva a poesia e mais nada.
Não explique o poema...

Processo de um agora

Viagem na terra escura, uma terra sem margens,

Sem tempo, sem espaço, um viajante de si mesmo,

Uma procura íntima que nem se sabe viagem.

Processo de vida similar a uma fuga.

Seria mesmo uma viagem ou uma fuga?

Fuga de sonhos, crenças, desejos e vontades.

Uma fuga que disfarça medos e decepções.

Que espécie de momento é este tão expressionista e intenso?

Nem mesmo o poema dá conta.

Ele declina de si mesmo e entrega-se a viagem

Numa terra sem limites e cheias de contrastes.

O poema se vai, mas deixa-lhe a poesia.

Esta se encontra no fragmento inexato

Do brilho do olhar do poeta.

Consegue vê-lo ou senti-lo?

 

Este tempo...


O texto parou em mim,

Deixei-o devorar minha criatividade momentânea.

Frio, escuro, estranheza, encontro.

Encontrei-me com a fome de Cronos

Olhei-o no espelho e não o vi

O tempo se foi, acordou, morreu!

Uma onda múltipla de efeitos, desejos...

Mãos abertas, o Cronos passando entre os dedos

Domínio da efemeridade da vida

Momento, presente, passado...

Lá se foi minha criatividade

Em mim o gosto metálico da ausência do meu eu.

Eu no tempo, o tempo e o agora.

Um agora que se foi

Em um tempo livre,

Devorador e impiedoso...

Vivo apenas o cíclico de um agora perdido

Nas fibras de uma criatividade fluída e rebelde

No texto e no meu tempo...

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Noite de lua crescente..

O que será que se passa de maneira tão intensa comigo?

A mudança é um desafio, estou nas entrelinhas de mim

Uso o espaço das entrelinhas no mínimo do desejado...

Será que no meio dessa coisa daria para eu desfrutar de você inteiro?

Realizar no meu corpo e na alma o bem que você me propicia?

Ah, quantas indagações...

O poema se faz, se re-significa e se dobra aos desejos intensos meu.

Como lidar com esse manancial de informações que se quer emoção?

Não as respostas e sim aos questionamentos... Você responde?

Não sei... sou apenas uma metáfora em movimento disforme e intenso

Uma coisa nebulosa que deseja você para intensificar o meu íntimo e seu.

Espaços e vazios na intensidade do meu sentir e mais nada!

 

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Prisma

Sou um prisma, como todo ser humano, no entanto vou revelando-me a medida que o meu observador lança luz nos pontos que deseja enxergar com mais intensidade. Dependo do brilho do outro, gosto de sentir-me aquecida pelo bem propiciado a quem é sincero e sem medo comigo.

Espero que os textos de Rubem Alves em especial, “As mil e uma noites”, “Até que a morte” e “As cem razões do amor”, ajude-o a sentir que eu queria apenas poder lhe mostrar a ponte que liga meu mundo interior a este mundo exterior. Assim, quem sabe você acreditaria mais na mágica quando podemos fazer de um instante a eternidade que tanto desejamos e sermos felizes sem vivermos em função de dados estruturais que não nos estruturam ao contrário, nos faz escondermos de nós mesmos, dos sentimentos, dos devires e do vir a ser.

Visão, desejo...

No meu labirinto de fêmea,

Sinto minhas carnes tremerem...

O peso do teu corpo sobre o meu

Faz-me delirar...

Tensa de desejo,

Sinto-me rasgada,

De forma suave e dolorosa

Já não sou só imagem,

Sinto-me plena

Com tua carne quente dentro de mim

Sou levada aos limites mágicos de teu ser.

Arrebatada pelo desejo,

Sinto percorrer em meu ser

Delírios de prazer em raias

De orgasmo....

Teu corpo quente no meu....

Eu gemendo em hipérboles,

Tu fazendo-me mulher,

Na magia de dois corpos

Entrelaçados como cipós

E ardentes como um vulcão...

Já não sou eu..

Já não és tu...

Somos apenas um,

Vislumbrando e fazendo

Um quadro de orgasmo

Tecido na nossa carne quente e úmida.

Onde somos apenas um gemido,

Um sussurro dentro de nós mesmos,

Perfazendo e celebrando

O encontro de dois seres dentro de si...

Sem Gosto

Pensei que a metáfora tinha levado

Levado você de mim inteiro...

Não, não, ficou em mim.

Imaginei que não mais delinearia versos oblíquos,

Escrevi novamente versos.

Na minha alma a tatuagem de um amor

Um amor doce e agridoce com sabor amargo.

Amargo que não se consumiu em prazer e prazer pelo prazer

Agridoce, pois sorri de si mesmo e verte lágrimas...

Lágrimas doces e loucas de saudades.

Ah! Como é doloroso quase te ter e quase te perder!

Entre o quase e o nada as dobras,

As linhas incertas, as verdades incontidas, falseadas...

Por fim, na metáfora da vida, apenas teu ser

Insere em mim uma vida que me mata e me renova

Nas trilhas bifurcadas de um sentir ulterior a mim mesma

Momento em mim

 

Quando leio você, seja em texto ou conversando com sua pessoa, gosto daqueles momentos em que encontro-o desarmado, brincando com enigmas, sensações e estímulos. Assim, lança enigmas, usando metáforas, criando mundos e situações para observar o sistema caótico que sou. Um sistema que, pode não conhecer seu observador ou estimulador, mas sente-o bem e enxerga-o sem névoas, assustando-se. Assusta-se porque neste processo, eu como sistema vejo, mas também me mostro e, talvez me mostre muito. Por isso, ouso dizer que para você modelar-me será fácil e logo poderá ficar desestimulado, descobrirá que sou um sistema simples. Ou será que mesmo fazendo isso eu continuarei a desafiá-lo inusitadamente, continuamente? Digo sem rodeios, não temo seus estímulos e nem sua pretensão de modelar-me, fazendo sobressair contornos e relevos inimagináveis.

E assim, observe, entender seus enigmas para mim é muito excitante. Enquanto você quer modelar-me eu quero desvendar, tirar os véus de um homem-esfinge, matando-o e ressuscitando-o para o encantamento de criar novas imagens e enigmas.

Este texto, ousa inscreve-se na zona encantatória de uma interlocução que brinda a si mesma com o segredo da covardia e do cuidado consigo.

Subescrevendo

Minha cabeça subscreve pensamentos,
Meu corpo tabula sensações,
Reconstrói desejos e se esconde.
Esconde-se de si mesmo para não revisitar-se.
Minhas emoções se perdem nas linhas do meu prazer que senti, não senti ou nunca vivi...
Já não sinto o gosto da saudade, mas o sabor metálico da ausência.
Afunilo-me no interstício contíguo do encontro dos nossos corpos, nossos cheiros...
Desfaço-me e me dissolvo para simplesmente viver este nosso nós.
Um nós cheios de entrelaçamentos, laços tênues de reciprocidade latente, única...
E eu fico aqui olhando-me sem me ver,
Enxergando ou pensando ver, apenas a imagem insólita de nós dois.

Filhos...

Vocês são mesmo como faixas luminosas que, por vezes, se tornam tochas para aquecer e reanimar minha caminhada. A saudade que sinto hoje é reflexo de um amor, por vezes, silencioso, mas tão intenso e pungente quanto minha própria vida neste mundo. Amo vocês..

Um dia ... Nós dois...

Neste dia cheio tão comum,
Você é a diferença, o brilho e o sonho.
Acordei ainda com o sol morno,
Sonhando lhe encontrar...
O dia era morno,
E eu apenas queria você.
Reconfigurei desejos,
Alimentei meu olhar com o seu
E nos tornamos um.
Na nossa viagem um no outro
O encontro,
No encontro, o êxtase,
No êxtase, a explosão de sentimentos...
E assim, continuo apaixonada por você,
Por nós dois, pelo nosso sentimento.
Você é a diferença do meu dia...
Você, meu amor, escreve em mim sentimento
Um sentimento luminoso que irradia luz em vida...

Um luar

Há um luar em mim,
Que reclama uma ausência.
À ausência de ti,
A falta de algo que nunca tive...
Nas dobras deste sentir,
Persiste o luar como encontro.
Encontro de um homem e de uma mulher,
A mulher q quer mergulhar
Na profusão louca de um sentir em labirinto,
Fazendo-se desejo q busca em um luar
rosto desse homem que se esconde,
O qual só o luar pode lhe revelar
A maravilha do seu olhar...

Versos Desatinados

O deserto da madrugada me chama.
Pede-me versos e eu estou sem tino.
Posso escrever os versos dos loucos
Neles eu não terei medida.
Estarei retida no fogo das ilusões,
Prisioneira das lembranças que não tenho
Massacrada pela saudade do seu olhar.
Nos meus dedos sinto passar o estranho,
O estranho e claro gosto do bem querer velado.
Neste silêncio que esconde a beleza
Os versos desatinados arrastam-me até suas mãos.
Nestas mãos, vejo poesia,
Na poesia vejo você escondendo algo.
Sou arrastada pelo seu enigma
Tatuando em minha alma espaços
Nestes, sinto você em mim e fugindo de nós dois.
Somos apenas magia e sentimento um no outro.
Não há poesia agora.
Existe apenas nossa prisão trancada pela chave de diamantes.
Eis a loucura do indecifrável e inviolável segredo
Que une poesia, versos e dois seres enigmáticos.
A um sentimento que ama a si mesmo.

Melancolia

Estuprei você,
Fiz você gerar em mim os versos.
Pari o fruto do estupro,
Agonia e volúpia.
Com as marcas do seu corpo no meu,
Refiz a cama, parei no vento,
Vi você marcado.
Senti em mim o estupro seu.
Arrancou de mim gemidos silenciosos.
E eu senti o fogo queimar meu corpo,
Inscrever em minha alma a sua marca masculina.
Sob o impacto do estupro, continuo sentindo as marcas,
O fogo devorando minhas entranhas,
Você marcando nós dois com um ferro.
O ferro quente do sentir dentro do seu eu.
Mapeados e purificados no fogo,
Nos encontramos, nos fundimos...
Sou estuprada, dilacerada, amaldiçoada
Por fazer-lhe o homem que é você,
Todo seu, inteiro, único...
Meu! que se realiza nas minhas vísceras anímicas e carnais.
Sou a mulher tão sua,
Gueixa da sua noite,
Companheira do seu dia,
Amante das cópulas nunca realizadas.
Somos o estupro profano, marginal, inviável...
Pertenço-lhe sem ser sua,
Torno-me um tormento para mim,
Nos revelamos sem roupa
Na fusão dos verbos, desejos, pulsares, ânsias...
No encontro não permitido do orgasmo único e múltiplo
Homem, mulher, mundo sem fundo...
Eis a pequena morte,
De um homem e uma mulher, desgraçados:
Nós dois!

Entrega Especial

Ouvindo sussurros ao meu ouvido
Meu corpo estremece contra o teu.
Bocas sedentas de encontram,
Línguas a sugar-se vorazmente.
Um corpo no noutro corpo
Entrelaça-se buscando o encaixe.
Minha língua percorre teu corpo
Minhas mãos fazem o contorno
Em torno da tua masculinidade.
A mesma boca desliza ...
Devassando teu corpo,
Devorando teu membro.
Sentindo o gosto forte
De um homem
Tenso na minha língua.
A penetração rompe minha carne úmida
Sinto teu membro rasgando-me inteira
Ousando fazer-me sentir
O prenúncio de um orgasmo.
Estremeço com tua carne dentro da minha
Somos um perfeito em dois
Seres unidos pelo carnal e o etéreo
Desvinculando-se da racionalidade
Estremecendo de paixão e inconsciência
No mais louco e sublime orgasmo.
Teu corpo no meu descansa o desejo satisfeito
Mas ainda o desejo arde em nossas carnes...
E a força de um agora pleno satisfeita,
Nos faz repousar um no outro
Como se fôssemos
Deuses ardentes de amor e desejo.

Agora, hoje, neste momento...

Hoje bateu uma saudade...
Não sei se o nome é este.
Te peço que explique-me o que foi, o que é...
Me dê uma palavra para isto...
ou me dê o sentimento para esta palavra...
Beijos.



Não sei se é saudade, não sei o que é tão forte e pungente... Ah, n sei o que dizer, que tal deixar sem nome e apenas sentir? A palavra que eu tenho, não define bem o nosso sentir, não é amor, não é saudade, é apenas uma tatuagem de um sentir pleno feita em nossa alma, escrita no cristal das lágrimas da falta que sentimos um do outro. Algo que grita por uma metáfora concreta a realizar-se no frêmito ardente de um estupro gentil do meu corpo, fundindo-se e delirando no teu corpo quente e ardente sempre em mim.
O que sinto é uma falta tão grande, uma ausência tão louca que faz sua presença ficar tão em mim que nunca vai partir.

...

Há tanto espaço
Não lhe vejo.
Há tantos olhares e nada se mostra,
Não consigo fugir de mim.
Abaixo ou acima do mundo
Sou uma metáfora,
Você retira meus véus.
Sinto-me entre seu dedos,
Sou silenciada, sufocada,
Debato-me entre conjecturas.
Resta-me apenas o abstrato
De um sentir apesar de e por si.

Dias e Dias...

Dias novos, estranhos, belos.
É noite, pensamentos gestados.
Uma escala se estabelece e vejo um olhar.
Um olhar que me vê por dentro,
Uma forma de perscrutar-me sem contornos.
É noite, em mim você e o riso,
No tempo um sentimento inexplicável.
Neste momento, eu em mim,
Na brevidade o instante de nós dois
Escravos dos limites,
Prisioneiros tácitos de um agora.
Cumplicidade, medo, véus...
Instante, momento, olhares, risos.
Dois sem um, eu e você órfãos de si.
Miragem, sentimento, espaço.
Nada além de um olhar que se esconde
Do espelho ocular daquela que lhe olha.
Por que se esconde do olhar onde reflete teu desiderato pensar?

Destecer

Destecer o instante,
Fugir, sonhar, perder.
Ondas banhadas,
Águas impuras
Agonia pasma,
Hibridez solene...
O espaço desaparece
Nas linhas desnudas.
O verbo nu sente medo.
Em labirinto tudo se encontra,
Ainda quero destecer,
O tecido oblíquo do verbo.

Ausente em si...

Sinto-me ausente de mim.
Observo meu inferno e ele está vazio,
Busco sentir minha desgraça
E nem mesmo ela me acompanha.
Que maneira mais serena de reconhecer-se ausente.
Ausente de mim, ausente no outro...
Não ocupo espaço,
Como ausente do retrato, posso ser sombra.
Uma sombra que sobra e revela-se vazia.
Vazio em mim, talvez alívio no outro.
Sou assim, meio mulher e quase nada...
Moldada na imagem da amante
Aquela que deve esperar
Pelo átimo de tempo que você talvez ofereça para ela
E assim, ela vive da bela cena e das palavras significativas.
Onde você representa a ausência presença de um sentimento.
Um sentimento desgraçado
Com os laivos de felicidade que talvez você queira me dar...
Assim vivo feliz, mas sempre a espera do momento...
Do momento governado por você senhor da hora e da presença.

As "loucuras" de uma doutoranda

Estou eu aqui entre a leitura do "Fim da ciência" e seus entremeios com a mecânica quântica e a teoria da relatividade e, ainda, a teoria da supercordas... Bem, você deve me julgar uma louca além de irritante, mas para quem escreve tese e tem compromisso com cultura científica e difusão de ciência o efeito não pode ser diferente *rs...Afinal, a história da ciência é expeculativa em toda parte e da minha parte vejo que ela oscila entre o absolutimo e o relativismo e, vejo que, a Mecânica Quântica, é a teoria física que obtém sucesso no estudo dos sistemas físicos cujas dimensões são próximas ou abaixo da escala atômica, tais como moléculas, atómos e neutróns, prótons e de outras partículas subatômicas, muito embora, também possa descrever fenômenos macroscópicos em diversos casos. Não posso negar que tudo isso junto com as ciências humanas e sociais, as quais estou acostumada, me deixa atiçada e até uma admiradora da supercordas que propõe que toda a matéria e todas as forças provém de um único componente básico: cordas oscilantes.Falando sério, que piração em me envolver com tudo isso, sou pequeninha e começo a ter medo de que tudo isso me mostre que, realmente, a ciência pura como diz Horgan (1998) esteja mesmo no fim... No entanto, pecebo que essa crise está presente em todas as teorias e estudos, pois o cientista busca a "verdade absoluta" e o poeta a "palavra de poder" aquela que resumiria o mundo e a nossa condição de metáforas de nós mesmos em uma só palavra... Possível? Não sei, Rimbaund se matou quando chegou perto disso... Acho mesmo que razão, emoção, absolutismo e relativismo, são apenas pontes que nos ligam a este mundo que se quer de "cimento e concreto" para dizer-se real... Será mesmo real o prazer q temos na cama? Ou apenas uma metáfora do prazer sexual que desejamos sentir? N sei, n sei... Só sei que é muito gostoso está acima do "comum das coisas" e desejo apenas sentir... Sentir sem regras ou formúlas que nos aprisionam e faze-nos escravos de nós mesmos e do que, convencionalmente, chamamos do meu "real conscentido".Portanto, não queira me definir ou dá-me denominaçãoes, pois sou exatamente este espaço que se encontra entre as propriedades ultramicroscópicas do universo — mudança essa que, como aos poucos foi se vendo, altera a relatividade geral de Einstein de maneira tal que a torna integralmente compatível com as leis da mecânica quântica. Será que isso lhe agrada? Não sei, só saberei quando tiver você pulsando todas essas propriedades dentro de mim, sem neuras e sendo apenas você , o homem que quero e desejo.Um beijo intenso e ousado, esfregando-me em você...
"O amor é um crime que não se pode realizar sem cúmplice." (Charles Baudelaire - poeta francês).

quarta-feira, 25 de março de 2009

Eu...

Às vezes porto
Por vezes barco,
Flutuando ao sabor do vento.
Neste movimento metáfora,
Na metáfora uma mulher
A desnudar-se em versos.
Circulando si mesmo

As luzes acendem-se
O dia acontece em um minuto.
O homem se busca
Nos espelhos intensos de si.
Enxerga-se mais novo mesmo velho.
Encontra-se e não se vê.
Passa por si e não percebe.
É noite...
Silêncio, estrelas, lua
O enigma de si continua
E o homem não vê seu brilho
Que reflete nos olhos
Do sentimento da sua própria existência.
Ainda cego, o homem morde o tempo
Devora-o, compondo mais uma cena de vida
E transbordando seu texto interior
Arraigado de sentimento indefinível.
Amizade Indecifrável

Em homenagem a nossa amizade...
Não farei os versos que espera,
Deixarei escrito nas paredes da alma
A essência do verbo inexistente.
Este move nossos sonhos,
Redimensiona a existência
E, não se revela...
Eis o mistério,
Sei que você sente o enigma...
Não o decifre, deixei-me viver.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Imagens

As castas das imagens
Viajando em ruínas,
Adaptando espaços.
Vejo-me presa!
Cismando tempo.
Já não sou eu
Sou apenas fluído
Da imagem desnuda
E desbotada de mulher.

Gentil?

No estupro gentil da poesia
A colocar em meu corpo
Imagens de um agora.
Vejo-me nas malhas das letras
Despida de mim mesma,
Localizada ano erotismo literário
De um orgasmo criativo,
Onde ser e está
Conjugam em mim o verbo.
Nua diante do verbo,
Sinto um estupro gentil
Plenizado por palavras,
Rasgando minha carne de mulher
Como um membro quente e viril...
Massageando o que em mim
É bem mais que vida... sendo carne,
Tremendo em um orgasmo pleno
Em fortes convulsões,
Sangra meu corpo de poeta e mulher
Instante efêmero de um escrever.
Palavras, gritos e versos,
Gemidos de dor e prazer.
Enfim, o orgasmo...
E qual um bom amante,
As palavras acariciam meus olhos,
Fazendo-me sentir realizada,
Ainda preciso daquelas palavras cúmplices
Geradoras de um orgasmo único e sem explicação...
É assim a estupro gentil da poesia em mim...

Aqueles dias e os dias de hoje

Dias de amor,
Sonhos sustentados em sonhos
E a intensidade de um sentir sempre repudiado.
Lágrimas nos olhos de uma mulher forte
Dor no corpo de uma amante ardente,
Planos jogados fora....
Ah! Fora tudo um sonho.
Um sonho inconstante de um homem-menino
Um desejo insano e humano
Atravessou o tempo e deixou na mulher
A marca sagrada de um amor
Amor que nunca conseguiu ser apenas feliz.
Nos olhos as lágrimas, na alma a saudade,
No coração a dor da indiferença e da traição.
Assim foi o que nunca era para ter sido ou vivido.
E o homem fecha em decisão da vida
A vida do amor e dos seus sonhos.
Foi e é assim aqueles e estes dias.
Saudade... Falta... Lágrimas...

Cris Porto