sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Nós...
Por ora a vida.
Em tudo um momento
Em mim questionamentos...
Em você um homem quase étereo.
Alguém que flutua em si
Concretiza-se em mim.
Revela-se amante
É sutil quando seduz,
Ardente quando possui
Louco quando explode em mim
Eis o seu vigor...
Homem sutil, ardente, inteligente e inteiro.
Será você meu modo aciclíco de sentir?
Na verdade, sou apenas eu em você...
Que os fios sejam cintilantes.
Cris Porto
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
O verso
Tatuou sentimento e ficou
Senti que este verso tremia
Tremeu de medo,
Tremeu se sentimento,
Tremeu de impotência.
Quase desfalece de saudade...
Sentiu o impacto...O verso sofreu...
Foi para o casulo...
Soluçou e inscreveu em sim re-significações.
Saiu do casulo...
Busca está no mundo em um novo corpo,
Refaz-se, redimensiona-se e observa...
Ainda que diferente, o verso viveVivo ele é importante demais
Para esse aprendiz de poeta...
Meu verso, não me abandone
Preciso de você para viver escrever.
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Noite de lua crescente...
A mudança é um desafio, estou nas entrelinhas de mim
Uso o espaço das entrelinhas no mínimo do desejado...
Será que no meio dessa coisa daria para eu desfrutar de você inteiro?
Realizar no meu corpo e na alma o bem que você me propicia?
Ah, quantas indagações...
O poema se faz, se re-significa e se dobra aos desejos intensos meu.
Como lidar com esse manancial de informações que se quer emoção?
Não as respostas e sim aos questionamentos... Você responde?
Não sei... sou apenas uma metáfora em movimento disforme e intenso
Uma coisa nebulosa que deseja você para intensificar o meu íntimo e o seu.
Espaços e vazios na intensidade do meu sentir e mais nada!
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Mapeamento
Um sonho frágil
Pensamento fixo na vidaFrio de mim mesma
Fragilidade de um tempoClaro escuro!
Sonhos, noite...
Espaço e tempo
Instante que agoniza
Formas e multiformas...Sinto-me nua
Presa ao espaço
Desfocado de mim mesma.
Sou apenas suspiro
E ausência, mas lhe quero em mim
Na minha ausência da sua presença.
Cris Porto.
Sinto-me leve por saber que o vazio é imperfeito pois, se perfeito fosse, não teria nome - o próprio nome já é um ente que o preenche!
Assim, se quebro esse dogma de perfeição, posso "esperançar" que conseguirei me livrar do peso das estrelas e, outrora, recomeçar aqui, ali, alhures.
Posso acreditar então que o vazio não existe e afirmar que meu sentimento é abstrato.
Posso criar um mundo sem vazios e com os méritos que desejar.
Assim sendo, a lascívia virtual me deixa o cérebro intumescido, é criada como real!
Sinto-me leve...
Cris Porto
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Esses dias...
Tempo, distância, frequência...
Nas dobras de um sentir que se sente
Apenas uma leitura pungente
Momento que se refaz e se constrói...
Instante que foge de mim
Fico aqui tentando ver além...
Além de mim, das nuvens e do mar...
domingo, 11 de outubro de 2009
Reencontro
Cris Porto
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Hoje e assim...
"A distância de quem amo me congela, meus filhos, meus faróis" (Cris Porto)"
domingo, 19 de julho de 2009
...
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Mais uma viagem...
Viagem na terra escura, uma terra sem margens,
Sem tempo, sem espaço, um viajante de si mesmo,
Uma procura íntima que nem se sabe viagem.
Processo de vida similar a uma fuga.
Seria mesmo uma viagem ou uma fuga?
Fuga de sonhos, crenças, desejos e vontades.
Uma fuga que disfarça medos e decepções.
Que espécie de momento é este tão expressionista e intenso?
Nem mesmo o poema dá conta.
Ele declina de si mesmo e entrega-se a viagem
Numa terra sem limites e cheias de contrastes.
O poema se vai, mas deixa-lhe a poesia.
Esta se encontra no fragmento inexato
Do brilho do olhar do poeta.
Consegue vê-lo ou senti-lo?
segunda-feira, 6 de abril de 2009
DESJEJUM DE AMOR
Lamento percorrer áreas de mim mesmo pisando em contradições tão evasivas. Paro o que faço, penso, continuo e me disfarço. Consenso? Não! Eu não consigo mais me encarar diante do espelho. As visões por trás da máscara percorrem o abismo entre o Eu, e o Eu aparente... Este ser inconseqüente, às vezes tão demente, outras tantas... apenas o Ser a percorrer meandros de está simplesmente, revisitando o velho estado de viver, a nova vontade de morrer e o ódio que há até mesmo no bem-querer. Meu sentimento está perdendo o próprio sentido. Mergulho num estado imerso em um perigo, comigo, contigo.
Não consigo viver só, afundo-me num estado de ansiedade, que me leva a deixar de ser eu, pensar apenas em você de verdade e a me imaginar como uma mentira. Na verdade, querer o outro é renascer a cada dia é ver o sentimento florescer e crescer apesar dos percalços, das reviravoltas, reencontrar o rumo dentro de tantas áreas obscuras. Uma luz no fim do túnel na contramão da minha vida, da história, um veículo crescente em direção da existência, que agora apenas significa te encontrar para então, se possível, viver a cumplicidade plena e intensamente deste amor...
domingo, 5 de abril de 2009
Inexplicável [...]
Deixe-o sem explicação.
Ah, não aprisione a verve com descrições.
Deixe a poesia livre!
Acredite na liberdade do escrever.
Libere o verbo do racionalismo cartesiano,
Do politicamente correto.
Desacorrente o verso,
Olhe-o, sinta-o, não o explicite!
Lapide a metáfora proibida,
Deixe as imagens expressionistas soltas.
Retenha-me no seu olhar e veja a poesia
Ela está latente e viva, morrendo a cada dia,
Na explicação do inexplicável
Deste invisível instante
Cheio de escudos e desvios.
Não explique o poema
Sinta-o, viva-o....
Emocione-se e viva a poesia sem linhas retas...
Apenas pelo prazer de saboreá-la nos olhos
Daquela que oferece-lhe no olhar.
Poesia, sabor, o que mais?
Viva a poesia e mais nada.
Não explique o poema...
Processo de um agora
Viagem na terra escura, uma terra sem margens,
Sem tempo, sem espaço, um viajante de si mesmo,
Uma procura íntima que nem se sabe viagem.
Processo de vida similar a uma fuga.
Seria mesmo uma viagem ou uma fuga?
Fuga de sonhos, crenças, desejos e vontades.
Uma fuga que disfarça medos e decepções.
Que espécie de momento é este tão expressionista e intenso?
Nem mesmo o poema dá conta.
Ele declina de si mesmo e entrega-se a viagem
Numa terra sem limites e cheias de contrastes.
O poema se vai, mas deixa-lhe a poesia.
Esta se encontra no fragmento inexato
Do brilho do olhar do poeta.
Consegue vê-lo ou senti-lo?
Este tempo...
O texto parou em mim,
Deixei-o devorar minha criatividade momentânea.
Frio, escuro, estranheza, encontro.
Encontrei-me com a fome de Cronos
Olhei-o no espelho e não o vi
O tempo se foi, acordou, morreu!
Uma onda múltipla de efeitos, desejos...
Mãos abertas, o Cronos passando entre os dedos
Domínio da efemeridade da vida
Momento, presente, passado...
Lá se foi minha criatividade
Em mim o gosto metálico da ausência do meu eu.
Eu no tempo, o tempo e o agora.
Um agora que se foi
Em um tempo livre,
Devorador e impiedoso...
Vivo apenas o cíclico de um agora perdido
Nas fibras de uma criatividade fluída e rebelde
No texto e no meu tempo...
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Noite de lua crescente..
O que será que se passa de maneira tão intensa comigo?
A mudança é um desafio, estou nas entrelinhas de mim
Uso o espaço das entrelinhas no mínimo do desejado...
Será que no meio dessa coisa daria para eu desfrutar de você inteiro?
Realizar no meu corpo e na alma o bem que você me propicia?
Ah, quantas indagações...
O poema se faz, se re-significa e se dobra aos desejos intensos meu.
Como lidar com esse manancial de informações que se quer emoção?
Não as respostas e sim aos questionamentos... Você responde?
Não sei... sou apenas uma metáfora em movimento disforme e intenso
Uma coisa nebulosa que deseja você para intensificar o meu íntimo e seu.
Espaços e vazios na intensidade do meu sentir e mais nada!
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Prisma
Sou um prisma, como todo ser humano, no entanto vou revelando-me a medida que o meu observador lança luz nos pontos que deseja enxergar com mais intensidade. Dependo do brilho do outro, gosto de sentir-me aquecida pelo bem propiciado a quem é sincero e sem medo comigo.
Espero que os textos de Rubem Alves em especial, “As mil e uma noites”, “Até que a morte” e “As cem razões do amor”, ajude-o a sentir que eu queria apenas poder lhe mostrar a ponte que liga meu mundo interior a este mundo exterior. Assim, quem sabe você acreditaria mais na mágica quando podemos fazer de um instante a eternidade que tanto desejamos e sermos felizes sem vivermos em função de dados estruturais que não nos estruturam ao contrário, nos faz escondermos de nós mesmos, dos sentimentos, dos devires e do vir a ser.
Visão, desejo...
No meu labirinto de fêmea,
Sinto minhas carnes tremerem...
O peso do teu corpo sobre o meu
Faz-me delirar...
Tensa de desejo,
Sinto-me rasgada,
De forma suave e dolorosa
Já não sou só imagem,
Sinto-me plena
Com tua carne quente dentro de mim
Sou levada aos limites mágicos de teu ser.
Arrebatada pelo desejo,
Sinto percorrer em meu ser
Delírios de prazer em raias
De orgasmo....
Teu corpo quente no meu....
Eu gemendo em hipérboles,
Tu fazendo-me mulher,
Na magia de dois corpos
Entrelaçados como cipós
E ardentes como um vulcão...
Já não sou eu..
Já não és tu...
Somos apenas um,
Vislumbrando e fazendo
Um quadro de orgasmo
Tecido na nossa carne quente e úmida.
Onde somos apenas um gemido,
Um sussurro dentro de nós mesmos,
Perfazendo e celebrando
O encontro de dois seres dentro de si...
Sem Gosto
Pensei que a metáfora tinha levado
Levado você de mim inteiro...
Não, não, ficou em mim.
Imaginei que não mais delinearia versos oblíquos,
Escrevi novamente versos.
Na minha alma a tatuagem de um amor
Um amor doce e agridoce com sabor amargo.
Amargo que não se consumiu em prazer e prazer pelo prazer
Agridoce, pois sorri de si mesmo e verte lágrimas...
Lágrimas doces e loucas de saudades.
Ah! Como é doloroso quase te ter e quase te perder!
Entre o quase e o nada as dobras,
As linhas incertas, as verdades incontidas, falseadas...
Por fim, na metáfora da vida, apenas teu ser
Insere em mim uma vida que me mata e me renova
Nas trilhas bifurcadas de um sentir ulterior a mim mesmaMomento em mim
Quando leio
E
Subescrevendo
Meu corpo tabula sensações,
Reconstrói desejos e se esconde.
Esconde-se de si mesmo para não revisitar-se.
Minhas emoções se perdem nas linhas do meu prazer que senti, não senti ou nunca vivi...
Já não sinto o gosto da saudade, mas o sabor metálico da ausência.
Afunilo-me no interstício contíguo do encontro dos nossos corpos, nossos cheiros...
Desfaço-me e me dissolvo para simplesmente viver este nosso nós.
Um nós cheios de entrelaçamentos, laços tênues de reciprocidade latente, única...
E eu fico aqui olhando-me sem me ver,
Enxergando ou pensando ver, apenas a imagem insólita de nós dois.
Filhos...
Um dia ... Nós dois...
Você é a diferença, o brilho e o sonho.
Acordei ainda com o sol morno,
Sonhando lhe encontrar...
O dia era morno,
E eu apenas queria você.
Reconfigurei desejos,
Alimentei meu olhar com o seu
E nos tornamos um.
Na nossa viagem um no outro
O encontro,
No encontro, o êxtase,
No êxtase, a explosão de sentimentos...
E assim, continuo apaixonada por você,
Por nós dois, pelo nosso sentimento.
Você é a diferença do meu dia...
Você, meu amor, escreve em mim sentimento
Um sentimento luminoso que irradia luz em vida...
Um luar
Que reclama uma ausência.
À ausência de ti,
A falta de algo que nunca tive...
Nas dobras deste sentir,
Persiste o luar como encontro.
Encontro de um homem e de uma mulher,
A mulher q quer mergulhar
Na profusão louca de um sentir em labirinto,
Fazendo-se desejo q busca em um luar
rosto desse homem que se esconde,
O qual só o luar pode lhe revelar
A maravilha do seu olhar...
Versos Desatinados
Pede-me versos e eu estou sem tino.
Posso escrever os versos dos loucos
Neles eu não terei medida.
Estarei retida no fogo das ilusões,
Prisioneira das lembranças que não tenho
Massacrada pela saudade do seu olhar.
Nos meus dedos sinto passar o estranho,
O estranho e claro gosto do bem querer velado.
Neste silêncio que esconde a beleza
Os versos desatinados arrastam-me até suas mãos.
Nestas mãos, vejo poesia,
Na poesia vejo você escondendo algo.
Sou arrastada pelo seu enigma
Tatuando em minha alma espaços
Nestes, sinto você em mim e fugindo de nós dois.
Somos apenas magia e sentimento um no outro.
Não há poesia agora.
Existe apenas nossa prisão trancada pela chave de diamantes.
Eis a loucura do indecifrável e inviolável segredo
Que une poesia, versos e dois seres enigmáticos.
A um sentimento que ama a si mesmo.
Melancolia
Fiz você gerar em mim os versos.
Pari o fruto do estupro,
Agonia e volúpia.
Com as marcas do seu corpo no meu,
Refiz a cama, parei no vento,
Vi você marcado.
Senti em mim o estupro seu.
Arrancou de mim gemidos silenciosos.
E eu senti o fogo queimar meu corpo,
Inscrever em minha alma a sua marca masculina.
Sob o impacto do estupro, continuo sentindo as marcas,
O fogo devorando minhas entranhas,
Você marcando nós dois com um ferro.
O ferro quente do sentir dentro do seu eu.
Mapeados e purificados no fogo,
Nos encontramos, nos fundimos...
Sou estuprada, dilacerada, amaldiçoada
Por fazer-lhe o homem que é você,
Todo seu, inteiro, único...
Meu! que se realiza nas minhas vísceras anímicas e carnais.
Sou a mulher tão sua,
Gueixa da sua noite,
Companheira do seu dia,
Amante das cópulas nunca realizadas.
Somos o estupro profano, marginal, inviável...
Pertenço-lhe sem ser sua,
Torno-me um tormento para mim,
Nos revelamos sem roupa
Na fusão dos verbos, desejos, pulsares, ânsias...
No encontro não permitido do orgasmo único e múltiplo
Homem, mulher, mundo sem fundo...
Eis a pequena morte,
De um homem e uma mulher, desgraçados:
Nós dois!
Entrega Especial
Meu corpo estremece contra o teu.
Bocas sedentas de encontram,
Línguas a sugar-se vorazmente.
Um corpo no noutro corpo
Entrelaça-se buscando o encaixe.
Minha língua percorre teu corpo
Minhas mãos fazem o contorno
Em torno da tua masculinidade.
A mesma boca desliza ...
Devassando teu corpo,
Devorando teu membro.
Sentindo o gosto forte
De um homem
Tenso na minha língua.
A penetração rompe minha carne úmida
Sinto teu membro rasgando-me inteira
Ousando fazer-me sentir
O prenúncio de um orgasmo.
Estremeço com tua carne dentro da minha
Somos um perfeito em dois
Seres unidos pelo carnal e o etéreo
Desvinculando-se da racionalidade
Estremecendo de paixão e inconsciência
No mais louco e sublime orgasmo.
Teu corpo no meu descansa o desejo satisfeito
Mas ainda o desejo arde em nossas carnes...
E a força de um agora pleno satisfeita,
Nos faz repousar um no outro
Como se fôssemos
Deuses ardentes de amor e desejo.
Agora, hoje, neste momento...
Não sei se o nome é este.
Te peço que explique-me o que foi, o que é...
Me dê uma palavra para isto...
ou me dê o sentimento para esta palavra...
Beijos.
Não sei se é saudade, não sei o que é tão forte e pungente... Ah, n sei o que dizer, que tal deixar sem nome e apenas sentir? A palavra que eu tenho, não define bem o nosso sentir, não é amor, não é saudade, é apenas uma tatuagem de um sentir pleno feita em nossa alma, escrita no cristal das lágrimas da falta que sentimos um do outro. Algo que grita por uma metáfora concreta a realizar-se no frêmito ardente de um estupro gentil do meu corpo, fundindo-se e delirando no teu corpo quente e ardente sempre em mim.
O que sinto é uma falta tão grande, uma ausência tão louca que faz sua presença ficar tão em mim que nunca vai partir.
...
Não lhe vejo.
Há tantos olhares e nada se mostra,
Não consigo fugir de mim.
Abaixo ou acima do mundo
Sou uma metáfora,
Você retira meus véus.
Sinto-me entre seu dedos,
Sou silenciada, sufocada,
Debato-me entre conjecturas.
Resta-me apenas o abstrato
De um sentir apesar de e por si.
Dias e Dias...
É noite, pensamentos gestados.
Uma escala se estabelece e vejo um olhar.
Um olhar que me vê por dentro,
Uma forma de perscrutar-me sem contornos.
É noite, em mim você e o riso,
No tempo um sentimento inexplicável.
Neste momento, eu em mim,
Na brevidade o instante de nós dois
Escravos dos limites,
Prisioneiros tácitos de um agora.
Cumplicidade, medo, véus...
Instante, momento, olhares, risos.
Dois sem um, eu e você órfãos de si.
Miragem, sentimento, espaço.
Nada além de um olhar que se esconde
Do espelho ocular daquela que lhe olha.
Por que se esconde do olhar onde reflete teu desiderato pensar?
Destecer
Fugir, sonhar, perder.
Ondas banhadas,
Águas impuras
Agonia pasma,
Hibridez solene...
O espaço desaparece
Nas linhas desnudas.
O verbo nu sente medo.
Em labirinto tudo se encontra,
Ainda quero destecer,
O tecido oblíquo do verbo.
Ausente em si...
Observo meu inferno e ele está vazio,
Busco sentir minha desgraça
E nem mesmo ela me acompanha.
Que maneira mais serena de reconhecer-se ausente.
Ausente de mim, ausente no outro...
Não ocupo espaço,
Como ausente do retrato, posso ser sombra.
Uma sombra que sobra e revela-se vazia.
Vazio em mim, talvez alívio no outro.
Sou assim, meio mulher e quase nada...
Moldada na imagem da amante
Aquela que deve esperar
Pelo átimo de tempo que você talvez ofereça para ela
E assim, ela vive da bela cena e das palavras significativas.
Onde você representa a ausência presença de um sentimento.
Um sentimento desgraçado
Com os laivos de felicidade que talvez você queira me dar...
Assim vivo feliz, mas sempre a espera do momento...
Do momento governado por você senhor da hora e da presença.
As "loucuras" de uma doutoranda
"O amor é um crime que não se pode realizar sem cúmplice." (Charles Baudelaire - poeta francês).
quarta-feira, 25 de março de 2009
Eu...
Por vezes barco,
Flutuando ao sabor do vento.
Neste movimento metáfora,
Na metáfora uma mulher
A desnudar-se em versos.
As luzes acendem-se
O dia acontece em um minuto.
O homem se busca
Nos espelhos intensos de si.
Enxerga-se mais novo mesmo velho.
Encontra-se e não se vê.
Passa por si e não percebe.
É noite...
Silêncio, estrelas, lua
O enigma de si continua
E o homem não vê seu brilho
Que reflete nos olhos
Do sentimento da sua própria existência.
Ainda cego, o homem morde o tempo
Devora-o, compondo mais uma cena de vida
E transbordando seu texto interior
Arraigado de sentimento indefinível.
sexta-feira, 20 de março de 2009
Imagens
Viajando em ruínas,
Adaptando espaços.
Vejo-me presa!
Cismando tempo.
Já não sou eu
Sou apenas fluído
Da imagem desnuda
E desbotada de mulher.
Gentil?
A colocar em meu corpo
Imagens de um agora.
Vejo-me nas malhas das letras
Despida de mim mesma,
Localizada ano erotismo literário
De um orgasmo criativo,
Onde ser e está
Conjugam em mim o verbo.
Nua diante do verbo,
Sinto um estupro gentil
Plenizado por palavras,
Rasgando minha carne de mulher
Como um membro quente e viril...
Massageando o que em mim
É bem mais que vida... sendo carne,
Tremendo em um orgasmo pleno
Em fortes convulsões,
Sangra meu corpo de poeta e mulher
Instante efêmero de um escrever.
Palavras, gritos e versos,
Gemidos de dor e prazer.
Enfim, o orgasmo...
E qual um bom amante,
As palavras acariciam meus olhos,
Fazendo-me sentir realizada,
Ainda preciso daquelas palavras cúmplices
Geradoras de um orgasmo único e sem explicação...
É assim a estupro gentil da poesia em mim...
Aqueles dias e os dias de hoje
Sonhos sustentados em sonhos
E a intensidade de um sentir sempre repudiado.
Lágrimas nos olhos de uma mulher forte
Dor no corpo de uma amante ardente,
Planos jogados fora....
Ah! Fora tudo um sonho.
Um sonho inconstante de um homem-menino
Um desejo insano e humano
Atravessou o tempo e deixou na mulher
A marca sagrada de um amor
Amor que nunca conseguiu ser apenas feliz.
Nos olhos as lágrimas, na alma a saudade,
No coração a dor da indiferença e da traição.
Assim foi o que nunca era para ter sido ou vivido.
E o homem fecha em decisão da vida
A vida do amor e dos seus sonhos.
Foi e é assim aqueles e estes dias.
Saudade... Falta... Lágrimas...
Cris Porto